Os mata-burro

O tradicional mata-burro é uma espécie de ponte formada por vigas de madeira, ferro ou cimento, dispostas de forma transversal e espaçada nas estradas rurais que cortam o território brasileiro e também construídos em pastagens de propriedades. No entanto, talvez o nome mais apropriado para tal mecanismo fosse "mata-boi", ou "mata-cavalo", e até, considerando o número de "bípedes" que tiveram seus pés enroscados ou carros danificados, haja visto as “obras” executadas, ou melhor, os “remendos” feitos nas estradas país a fora pagos pelo contribuinte, através dos vários impostos, exemplo: o IPVA.

Os conhecedores de muares classificam a expressão "mata-burro" como, no mínimo, contraditória, já que não há registro de um caso sequer de burros ou mulas que tenham caído em um, ao contrário de eqüinos, bovinos, pessoas e automóveis. Em compensação à fama injusta, vale dizer que muares revelam uma boa performance em trilhas estreitas, sinuosas, acidentadas e esburacadas pelo tato e inteligência bastante desenvolvidos. Vê-se que de burro, nem o animal ou o obstáculo que leva o seu nome, não tem nada.A legislação de trânsito no país já está de bom tamanho, falta consciência não só dos motoristas a respeitá-la, mais também daqueles que fizeram a lei.

Proibir a venda de bebidas alcoólicas nas estradas federais, não é a única solução para esconder as mazelas do governo. As estatísticas de acidentes com mortes por ingestão de bebida nas estradas seriam confiáveis e preocupantes, se as estradas fossem bem pavimentadas, bem sinalizadas, que não fossem “remendadas” e com segurança, motoristas de caminhões de cargas não ficariam a mercê das péssimas condições das rodovias, de assaltantes e dos “patrões” que obrigam a cumprir prazos de entregas.

Do jeito que as coisa vai, sem punição para os que desviam verba pública, a insegurança nas estradas e o povo não sabendo votar, a melhor expressão seria “mata-gente”.