Páginas

No Passo da Mula. Estamos preparando novas postagens nesse novo layout, aguardem!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Estou pensando...Serei um burro?




No entendimento do povo o burro é um animal de pouca inteligência, daí a denominação desse muar ter-se tornado um adjetivo aplicável ao indivíduo de inteligência primária, incapaz de aprender a não ser o puramente elementar, sendo também aproveitado em diversas locuções populares usadas como termo de comparação, como por exemplo:


- “burro carregado de livros”, para qualificar o indivíduo que tem grau de mestre ou doutor sem o merecer;
- “burro de carga”, tipificando aquele que executa não só o trabalho que lhe compete, mas ainda o dos outros;
- “cabeça de burro”, quando se trata de um indivíduo sem inteligência;
- “vozes de burro não chegam ao céu”, para esclarecer que opiniões sem autoridade ou valor não devem ser levadas em consideração;
- “dar com os burros n’água”, no caso de alguém ser mal sucedido em alguma empresa;
- “fazer-se de burro para comer capim”, que é quando o indivíduo finge não perceber ofensas e sofrimentos para poder viver em paz com alguém;
- “prender ou amarrar o burro”, é o que se diz do sujeito amuado ou zangado;
- “trabalhar como burro” nos casos em que a pessoa trabalha de maneira acima do normal;
- “quando um burro fala, o outro abaixa a orelha”, nos casos em que alguém interrompe a fala de um outro em momento inoportuno.

O burro, um animal híbrido que não se reproduz, é proveniente do cruzamento da égua com o jumento. Seu tipo, porte e aparência se assemelham mais com o cavalo, embora os caracteres do jumento se apresentem na estrutura do esqueleto, na sobriedade de comportamento e na resistência ao trabalho, o que lhe permite prestar relevantes serviços ao seu dono, sobretudo nas regiões montanhosas.
A expressão “pensando morreu um burro” tornou-se inicialmente uma resposta gaiata à frase “estou pensando”, ou “estou estudando”, uma analogia bem humorada com a postura costumeira do burro diante do cocho vazio, ele permanece parado e com a cabeça baixa, como se estivesse mergulhado em profunda meditação.
E se alguém avisa que deixaram o burro pensando, porque não lhe providenciaram nem um fiapo de capim, ouve a resposta de que do jeito que está o bicho vai acabar morrendo de fome. Daí a frase-feita ganhou terreno, invadiu todas as camadas sociais, e agora é empregada pelas pessoas sempre que elas se vêem diante de um indivíduo que permanece quieto em seu canto, aguardando não se sabe o quê, apenas imaginando o que fazer para resolver seus problemas ou satisfazer suas necessidades...


...Exatamente agora, estou “pensando” o que fazer e o que escrever. Terminei curso em uma escola técnica federal, ministrado apenas 1/3 de seu conteúdo programado. Esperneei, briguei, me marginalizei, simplesmente sonhei...


A reprodução de partes deste texto foi feita mediante prévia autorização do autor.
Expressões populares: FERNANDO KITZINGER DANNEMANN

Nenhum comentário: