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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

TROTES - Cuidados com as mulas...


Há muito tempo a violência no universo estudantil tem sido um traço característico das relações escolares. Entretanto, seu foco era direcionado ora para a violência contra a escola e ou seus governantes (No Brasil, as manifestações da juventude estudantil provocaram uma série de mudanças culturais no seio da sociedade.), ora para os próprios pares (como nos trotes) e coisas banais (Como a revolução estudantil de maio de 68, quando o reitor da universidade de Nanterre proibiu os rapazes de visitar as moças em seus dormitórios).No que se refere às rebeliões, registros mostram sua ocorrência já no século XVII, na França. A de 1883, no Liceu Louis-le-Grand, em conseqüência da expulsão de um aluno, tornou-se célebre. As revoltas de estudantes contra os pedagogos eram constantes e marcadas por atos de violência, inclusive com a utilização de instrumentos como bastões, pedras, espadas e chicotes.
Já a origem dos trotes estudantis é incerta; porém, existem registros de sua ocorrência na Idade Média. Um dos documentos mais antigos desse tipo data de 1342 e refere-se à Universidade de Paris. Nas instituições européias, era comum separar os novatos dos veteranos. Aos novos alunos era negada a possibilidade de assistir às aulas junto com os demais, no interior das salas: eles eram obrigados a se dirigir aos vestíbulos (pátios de acesso ao prédio) – daí o uso do termo vestibulando para identificar aqueles que estão prestes a entrar para a universidade.
Sob a alegação de profilaxia e necessidade de manter a higiene, os novatos tinham a cabeça raspada e, na maioria das vezes, suas roupas eram queimadas. Essa prática, no entanto, logo se converteu numa espécie de culto à humilhação. Com o tempo, os trotes ganharam ainda mais requintes de crueldade. Foram registrados, sobretudo, nas universidades de Heidelberg (Alemanha), Bolonha (Itália) e Paris (França), situações em que os calouros eram obrigados pelos veteranos a beber urina e a comer excrementos antes de serem declarados “domesticados”.
Domesticados! Não seriam eles os animais?
Ainda pouco noticiado, mais infelizmente, há denúncias de violências com características ou conotações sexuais, que transformam em humilhantes orgias para aqueles que são submetidos a elas.

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